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terça-feira, 2 de junho de 2009

" Sete anos sem Tim Lopes"


Hoje eu poderia mais uma vez escrever sobre a violência, sobre o tráfico de drogas, sobre a prostituição, sobre a falta de segurança no país, sobre tudo que as pessoas já não aguentam mais ouvir e ler diariamente nos jornais. Hoje, 2 de junho, eu resolvi falar sobre a tortura e os assassinatos. Relembrar Tim Lopes, Vladmir Herzog, André Az. Para muitos o dia de hoje é apenas um dia qualquer, para mim, jornalista, não. O simples fato de ser jornalista não justifica o meu interesse no dia 2 de junho, a minha justificativa partiu em dezembro de 2007 quando eu começava a planejar o meu trabalho de conclusão de curso.

Um interesse fora do comum sobre o jornalismo investigativo e suas vertentes, os gloriosos "jornalistas investigadores". O meu principal assunto: "O Caso Tim Lopes e o Jornalismo Investigativo no Brasil". A minha idéia surgiu da profunda admiração e respeito a um verdadeiro profissional: TIM LOPES. Por isso acho que falar sobre impunidade, censura à imprensa por parte do governo ou censura à imprensa por parte do tráfico não vêm ao caso porque estamos cansados da violência, vivemos numa eterna "ressaca social". A violência não escolhe profissão ou caráter, a violência é sim indiscutivelmente democrática. Hoje, 2 de junho de 2009, faz 7 anos que o "arcanjo" jornalista Tim Lopes partiu e deixou um buraco enorme na profissão.

A inspiração do meu TCC foi e acredito que sempre será um dos melhores jornalistas investigativos do Brasil e a sua morte será lembrada com tristeza, porém, com gloriosidade, pois Tim Lopes não era apenas um jornalista, mas sim um anjo da guarda de milhares de cidadãos.

Hoje, com muito mais maturidade e conciência jornalística, concluo que há 7 anos atrás, o Brasil foi sacudido por uma notícia que, pelo seu teor, exacerbou o grau de virulência da sociedade. Tim Lopes, um repórter investigativo, era executado por um grupo de traficantes, no Rio de Janeiro. O fato ganhou notoriedade pelo fato de se tratar de uma pessoa de bem, pai de família, premiado jornalista e defensor das causas sociais, que procurava imprimir o seu trabalho com ardor e eficiência. A morte violenta de Tim Lopes despertou a nossa própria fragilidade e a consciência de que todos somos alvo das ações predatórias de quem vive à margem da lei e da ordem. Ficamos acuados em nossa expectativa de que, no exercício de nosso trabalho, a liberdade de ir e vir, a manifestação livre do pensamento, não tem amparo e não é respeitada. Ficamos à mercê da sorte, pois cada vez mais se revela a fragilidade e a corrupção dentro das instituições que deveriam nos proteger e, a apropriação de ações deletérias para deixar o cidadão cada vez mais apalermado e descrente da autoridade pública, que é o agente primeiro, único e responsável pela nossa segurança.


E então é isso...


Um comentário:

carmen disse...

Iara, obrigada por ter visitado o blog anjos e guerreiros e ter gostado da postagem sobre Tim Lopes.
Volte mais vezes!
Abraços
Carmen e Maria Célia

http://anjoseguerreiros.blogspot.com/2009/06/sete-anos-sem-tim-lopes-o-amor-de-pai-e.html