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domingo, 28 de junho de 2009

Ainda sobre jornalismo e a falta de conhecimento de algumas pessoas...



"O jornalismo é, antes de tudo - e sobretudo, a prática diária da inteligência e o exercício cotidiano do caráter". (Cláudio Abramo)

A comunicação está mais presente na nossa vida do que imaginamos. Rádio, TV, jornal, revista e internet fazem presença no nosso cotidiano e, de certa forma, nos ajudam a entender melhor o mundo em que vivemos. Eis que surge um p
rofissional que em meio a um furacão de acontecimentos, organiza os fatos, os acontecimentos e os transforma em notícia. Estamos falando do jornalista: profissão que infelizmente vem passando por uma profunda fase de turbulência, graças ao Sr. Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal (STJ).
Esta semana resolvi escrever um artigo para o Jornal da Cidade expondo a minha opinião sobre a obrigatoriedade do diploma ou melhor, a falta dela para o exercício da profissão de jornalista. Publicado o artigo, recebi muitos telefonemas elogiando a minha iniciativa. Eis que a surpresa surge hoje (domingo). Ao ler as cartas da sessão "Tribuna do Leitor" me deparo com um artigo bastante peculiar, o de uma nutricionista muito irritada com os jornalistas e com o presidente do STF. Realmente é lastimável que com tantos meios de informação e facilidades para obtê-la ainda existem pessoas que pensam como Gilmara Reis, a nutricionista que me refiro.
Em seu artigo, ela que orgulha-se da profissão, assim como eu, se diz injustiçada ao ser comparada com jornalista e ver suas receitas serem comparadas à reportagens. Sua indignação vem ao dizer que hoje os jornalistas não escrevem mais nada de interessante e que o principal alvo dos profissionais de comunicação é a especulação. Para finalizar seu "agradável" artigo, ela ainda diz que se dependesse da imprensa para sobreviver, passaria fome.
Como jornalista, também me senti profundamente ofendida ao ter a minha profissão comparada como a de um cozinheiro, não que a profissão seja ruim, ou mereça ser desvalorizada por não se exigir um diploma; pelo contrário, acredito que para ser um excelente cozinheiro, é preciso muita técnica e conhecimento, armas indispensáveis para o profissional de comunicação, como os jornalistas. É cabível que muitas pessoas ainda pensem como a Gilmara. Mas eu penso diferente. Acho que todas as profissões deveriam exigir um diploma ou pelo menos um conhecimento técnico, assim toda a sociedade ficaria "menos refém" dos maus profissionais e da falta de ética com que eles exercem as suas profissões.
Que pena que eu sinto de uma cidadã tão pobre de conhecimento. Como não sei se a senhora Gilmara Reis possui um diploma que comprove que realmente é uma nutricionista, eu é que não vou pedir conselhos de uma boa alimentação!!!

E então é isso...

segunda-feira, 22 de junho de 2009

O jornalismo e a diferença que um diploma faz...


Nesta última quarta-feira (18/06), o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu a extinção da obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de jornalista. O que me deixa mais revoltada é que essa decisão não coube a sociedade e, muito menos aos jornalistas, parte mais interessada. Será que é tão difícil estudar e obter um diploma? Hoje ficou muito mais fácil cursar uma universidade, e todos tem direito.
A minha indignação surge primeiramente porque o jornalismo não é só técnica e difusão da informação. É uma atividade muito mais ampla e que exige qualificação profissional e conhecimento científico, principalmente no campo da Ciência da Comunicação. O jornalista trabalha com a comunicação de uma forma muito mais ampla. Cada notícia sofre um trabalho rigoroso de apuração, escolha de fontes, formatação de proposta (artigo, entrevistareportagem, matéria) e a decisão de como isso será repassado à sociedade, e acima de tudo, o jornalista é um organizador de conteúdos, no meio de várias informações, ele seleciona tudo a ponto de deixá-las mais agradáveis e prazerosas.
Com a falta de exigência de um diploma, a população ficara refém da baixa qualidade, pois qualquer um poderá legalmente produzir um conteúdo se auto intitulando "jornalista". Não há como produzir uma mídia de qualidade sem ter qualificação.
A pergunta que não quer calar é a seguinte: como pode uma outra profissão, ou melhor, uma outra área do conhecimento, que é o Direito, decidir o que é melhor para o jornalismo? A declaração de Gilmar Mendes ( Folha de S.Paulo, 17/06) comparando o jornalismo a atividade de cozinheiro me mostrou o quanto a nossa Justiça é injusta e está desinformada permitindo um retrocesso de aprendizagem monstruoso como esse. Algumas pessoas
me disseram que não é o diploma que dará ao jornalista a qualidade necessária para atuar na profissão. Concordo, maus profissionais existem em qualquer área do conhecimento, não só no jornalismo. Mas acredito que o diploma permite que esse profissional, caso cometa alguma irregularidade, seja punido, e não exerça mais o ofício. Sem o diploma, sem lei de imprensa, como fiscalizar o jornalismo? Uma informação transmitida de maneira errada ou equivocada pode provocar danos à sociedade. Depois, a própria sociedade culpa a imprensa de ser sensacionalista ou coisa pior.
Enfim, o jornalismo não acabou com o fim do diploma, e como jornalista, espero que as empresas de comunicação contratem apenas jornalistas diplomados para exercer a profissão. Essa decisão mostrou o quanto a sociedade desconhece como se dá a atividade de um jornalista, sendo que estamos lado a lado das pessoas todos os dias. O jornalismo não é só técnica, não é só texto, é também conhecimento. Você iria a um médico que não tem diploma, mas que se julga competente porque estudou medicina por conta própria?


domingo, 14 de junho de 2009

Eu meio krica meio Raul...

Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Eu quero dizer
Agora o oposto do que eu disse antes
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tud0
Sobre o que é o amor
Sobre o que eu nem sei quem sou
Se hoje eu sou estrela
Amanhã já se apagou
Se hoje eu te odeio
Amanhã lhe tenho amor
Lhe tenho amor
Lhe tenho horror
Lhe faço amor
Eu sou um ator
É chato chegar
A um objetivo num instante
Eu quero viver
Nessa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Sobre o que é o amor
Sobre o que eu nem sei quem sou
Se hoje eu sou estrela
Amanhã já se apagou
Se hoje eu te odeio
Amanhã lhe tenho amor
Lhe tenho amor
Lhe tenho horror
Lhe faço amor
Eu sou um ator
Eu vou desdizer
Aquilo tudo que eu lhe disse antes
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha velha velha velha velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo

terça-feira, 2 de junho de 2009

" Sete anos sem Tim Lopes"


Hoje eu poderia mais uma vez escrever sobre a violência, sobre o tráfico de drogas, sobre a prostituição, sobre a falta de segurança no país, sobre tudo que as pessoas já não aguentam mais ouvir e ler diariamente nos jornais. Hoje, 2 de junho, eu resolvi falar sobre a tortura e os assassinatos. Relembrar Tim Lopes, Vladmir Herzog, André Az. Para muitos o dia de hoje é apenas um dia qualquer, para mim, jornalista, não. O simples fato de ser jornalista não justifica o meu interesse no dia 2 de junho, a minha justificativa partiu em dezembro de 2007 quando eu começava a planejar o meu trabalho de conclusão de curso.

Um interesse fora do comum sobre o jornalismo investigativo e suas vertentes, os gloriosos "jornalistas investigadores". O meu principal assunto: "O Caso Tim Lopes e o Jornalismo Investigativo no Brasil". A minha idéia surgiu da profunda admiração e respeito a um verdadeiro profissional: TIM LOPES. Por isso acho que falar sobre impunidade, censura à imprensa por parte do governo ou censura à imprensa por parte do tráfico não vêm ao caso porque estamos cansados da violência, vivemos numa eterna "ressaca social". A violência não escolhe profissão ou caráter, a violência é sim indiscutivelmente democrática. Hoje, 2 de junho de 2009, faz 7 anos que o "arcanjo" jornalista Tim Lopes partiu e deixou um buraco enorme na profissão.

A inspiração do meu TCC foi e acredito que sempre será um dos melhores jornalistas investigativos do Brasil e a sua morte será lembrada com tristeza, porém, com gloriosidade, pois Tim Lopes não era apenas um jornalista, mas sim um anjo da guarda de milhares de cidadãos.

Hoje, com muito mais maturidade e conciência jornalística, concluo que há 7 anos atrás, o Brasil foi sacudido por uma notícia que, pelo seu teor, exacerbou o grau de virulência da sociedade. Tim Lopes, um repórter investigativo, era executado por um grupo de traficantes, no Rio de Janeiro. O fato ganhou notoriedade pelo fato de se tratar de uma pessoa de bem, pai de família, premiado jornalista e defensor das causas sociais, que procurava imprimir o seu trabalho com ardor e eficiência. A morte violenta de Tim Lopes despertou a nossa própria fragilidade e a consciência de que todos somos alvo das ações predatórias de quem vive à margem da lei e da ordem. Ficamos acuados em nossa expectativa de que, no exercício de nosso trabalho, a liberdade de ir e vir, a manifestação livre do pensamento, não tem amparo e não é respeitada. Ficamos à mercê da sorte, pois cada vez mais se revela a fragilidade e a corrupção dentro das instituições que deveriam nos proteger e, a apropriação de ações deletérias para deixar o cidadão cada vez mais apalermado e descrente da autoridade pública, que é o agente primeiro, único e responsável pela nossa segurança.


E então é isso...